Way to Blue
por @dobaspi
Há mais ou menos uns 18 anos, quando o acervo de MP3 era escasso e destinado apenas para os ratões da internet, eu caçava alucinado por um álbum que tinha visto em uma lista de melhores de todos os tempos (infelizmente não lembro qual era a revista que publicou). Não fazia ideia de qual era exatamente o som que eu ia ouvir ali.
Eu nunca tinha ouvido falar em Nick Drake, a revista o resumia, se bem me lembro, como um gênio incompreendido do início dos anos 70, que não soube lidar com algumas frustrações e teve sua vida interrompida precocemente, aos 26 anos (em 1974), para só ser redescoberto em meados dos anos 80 e então passar a ser figurinha fácil em trilhas de séries e filmes a partir dos anos 2000.
Eu, como um jovem adulto pseudo-rebelde, que tinha Janis, Jim e Jimi como ícones, fiquei fissurado em encontrar essa coletânea do tal Nick Drake. Felizmente encontrei em uma das dezenas de lojas de discos que haviam na galeria do Rock, por um precinho bem azedo, mas eu já tinha chegado até ali, fechei os olhos e deixei muitas moedinhas de um real naquele balcão (literalmente).
E fiz muito bem, apesar de não ser um grande entusiasta de coletâneas, essa é uma introdução mágica para quem quer conhecer Nick Drake, afinal, ele gravou apenas 3 álbuns. Tem quase tudo bem resumidinho ali, uma espécie de folk soturno e melancólico cheio de violão, poesia e identidade. Das 16 músicas do álbum, minhas 5 preferidas são: Cello Song, Way to Blue, One of These Things First, Time Has Told Me e Pink Moon.
Apaga a luz, bota no fone e vai! Você não vai se arrepender!