Persépolis

Persépolis

O Irã, logo no início do ano, se viu às vias de fato de entrar em uma guerra complexa com seu rival de longa data, os EUA. Foi um início de ano em clima de guerra fria nesse 2020, inclusive esse ano tem mostrado que não veio para brincadeiras. 🇮🇷

Voltando ao Irã. Pouco sabia sobre sua história, mas ela foi revisitada por jornalistas e historiadores twitteiros nesse janeiro, e pude saber um pouco mais sobre os acontecimentos mais recentes daquele país (pelo menos do século passado para cá). Dentro disso, embarquei na leitura de Persépolis, uma HQ autobiográfica de Marjane Satrapi. 🧕🏽

No papel de autora-participante (acho que esse é o termo técnico mais adequado), ela nos envolve e nos leva para os conflitos do Irã nas décadas de 70 e 80, sob a ótica de uma criança até o início de sua vida adulta. Filha de família tradicionalmente esquerdista e cheia de valores de igualdade de gênero e classe, Marjane bota em cheque muitos dos costumes e tradições dos regimes políticos e principalmente religiosos que mandam e desmandam no Irã, mas o faz sem perder sua identidade cultural, o que muitas vezes pode ser pesaroso.

Apesar dessa visão mais “leve”, a violência e repressão do regime e as retaliações e agressões dos rivais estão em praticamente todas as páginas da obra (que na verdade é uma coletânea de quadrinhos), e por continuar tão atual, nauseia a cada folheada. 😣

Em tempos obscuros como os de agora, é uma leitura obrigatória. Uma história de resistência que deveria estar em todas as salas de aula, não só pelo contexto histórico, mas também pelo combate ao xenofobismo, ao machismo e ao sistema capitalista. 💪🏼

 

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