Marshall: Igualdade e Justiça
Na Boa dessa semana, um filme protagonizado pelo brilhante e meteórico Chadwick Boseman, que nos deixou aos 43 anos, nesse último fim de semana, com uma filmografia pouco extensa, mas repleta de personagens, que, assim como o rei T’Challa, nos inspiram e nos dão uma ideia de quem era Chadwick, e qual era sua luta, através das escolhas de seus papéis.
Em “Marshall: Igualdade e Justiça”, mais um herói pra conta do ator, pois o longa se baseia em um episódio específico e real da vida de Thurgood Marshall, quando, em 1941, era advogado da NAACP, a “Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor”. Confesso, com pesar e ignorância, que eu nada conhecia sobre esse nome tão importante na luta pelos direitos civis nos EUA. Mas, entrar em detalhes seria dar spoiler, então, depois de assistir, pesquise sobre Marshall, esse é o seu dever de casa.
O filme mostra o caso do motorista negro Joseph Spell (o premiado Sterling K. Brown), acusado de estupro e tentativa de homicídio pela patroa branca e rica (Kate Hudson). E, com a grande repercussão nos arredores de Nova York e com fortes indícios de falsa acusação, Marshall é escalado para o caso, mas o promotor e o juiz do caso, através de meandros burocráticos, conseguem impedi-lo de assumir.
Isso faz com que se junte a um advogado local para levar a defesa adiante e o escolhido é o advogado judeu Sam Friedman (Josh Gad, corretíssimo). Ser judeu em 1941 também não era tarefa fácil, o que possibilita um olhar mais empático para Sam.
Livre de maniqueísmo fácil, a história é contada de forma técnica e documental, com a emoção posta de lado e deixando a narrativa dos fatos levar o espectador, de forma racional, ao sentimento de raiva e injustiça. Mesmo com baixa carga emocional, o elenco eleva o padrão e, ao final, é impossível não se lembrar de Atticus Finch em “O Sol é para Todos”.
Ótima oportunidade para conhecer mais sobre o trabalho de Chadwick Boseman e redescobrir Thurgood Marshall!