A Filha Perdida
por @dan_cmm
Eu sou uma fã declarada de Elena Ferrante. E o que ela faz maravilhosamente bem é retratar nós, mulheres, como somos e merecemos estar retratadas: como seres complexos, diversos e humanos, demasiadamente humanos.
Em “A Filha Perdida” ela retrata a história de uma mãe que é como todas nós, com falhas e acertos. E que, saindo do lugar comum das personagens maternas, Leda – a personagem principal – tem vontades próprias, que vão além de ser apenas “a mãe”. Leda passa longe da santificação materna. E que bom!
Eu passei o livro todo (bem curtinho, li em menos de 3 dias) alternando entre proximidade, empatia, estranhamento e aversão. Mas isso diz muito sobre como somos criadas para performar o papel da mãe perfeita e o alto impacto que ele exerce em nossa saúde física e mental, buscando essa perfeição intangível.
Foi uma leitura deliciosa e incômoda na mesma medida, mas, importante para trazer à tona a maternidade compulsória tão pouco falada – quase como um assunto proibido – e seus impactos únicos e exclusivos na vida das mulheres.
Obs.: Ao me perceber julgando excessivamente Leda, tentei imaginar se a personagem dela fosse de um homem, pai, e eu percebi – com enorme tristeza, como feminista – que teria muito mais empatia com as mesmas situações. (Alô, Ted Lasso, foi com você mesmo a minha comparação, rs).
PS: O filme está na Netflix, mas ainda não posso opinar, por motivos que: não vi, rs.