Estação Onze

Nunca imaginamos viver o momento que estamos vivendo. Pandemia, isolamento, um vírus avassalador… Parece algo que veríamos apenas nas telas do cinema. Ou nas páginas de um livro. E nossa dica de hoje tem a ver com isso: é um livro sobre um mundo devastado por uma supergripe e a resposta desse mundo ao caos.
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“Estação Onze”, de Emily St. John Mandel, surgiu após uma reflexão da autora sobre como seria o mundo se fosse, atualmente, privado de eletricidade e tecnologia. “Do que você mais sentiria falta se o mundo como o conhecemos hoje desaparecesse?”, ela perguntou a amigos. Mas a resposta que mais a surpreendeu, e que acabou dando origem à obra, foi a sua: ela sentiria falta da obra de Shakespeare.
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O livro se passa em diversos tempos. Acompanhamos a trajetória do ator Arthur, que sofre um ataque cardíaco em cena, durante a apresentação de “Rei Lear”, no mesmo momento em que uma pandemia de gripe se espalha pelo mundo, fazendo com que, de forma muito rápida, 99% da população do planeta seja aniquilada. E acompanhamos a vida de Kirsten, atriz que presencia a morte de Arthur quando criança e, no mundo pós-catástrofe, quase vinte anos depois, é integrante da Sinfonia Itinerante. E, aqui, precisamos parar e falar dessa maravilha que é a Sinfonia Itinerante!
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Mandel disse, em entrevistas, que acredita que a resposta imediata a uma situação como essa é o medo e, logo depois, o caos; mas, que a tendência da humanidade é sempre voltar ao “normal” usando, para isso, a esperança, a solidariedade e a arte. Isso define a Sinfonia Itinerante, grupo de artistas que viaja por cidades ocupadas por grupos de sobreviventes, apresentando peças de teatro clássicas e números musicais, transformando o mundo através de uma visão positiva e lírica.
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Nossa indicação é justamente para que, nesse momento, a gente lembre das coisas que realmente importam e que permanecerão. Assim como no lema da trupe: “Porque sobreviver não é suficiente.” Temos que ir além da sobrevivência!