Dopesick
por @dobasp
Ao lado de Mare of Eastwood, Dopesick foi o melhor produto audiovisual que eu assisti em 2021 inteiro! Uma minissérie que ficou um pouco “sumida” para o público brasileiro e que só começou a chamar atenção por aparecer em grandes premiações da televisão, como o Emmy.
A série é baseada em fatos reais e mostra como foi iniciada a crise dos opióides nos EUA no fim dos anos 90 e que só aumenta até hoje. O foco central é a gigante farmacêutica Purdue, da família Sackler, uma das famílias mais ricas do mundo.
A história conta como a empresa foi a precursora da crise que já levou centenas de milhares de vidas americanas. Campanhas de marketing abusivo, influência política e corrupção são algumas das ferramentas que os Sackler usaram para ganhar bilhões às custas dessas mortes.
São seis episódios de uma hora que detalha muito bem como o esquema funcionava (e ainda funciona), acompanhando os negócios dos Sackler, a equipe de vendedores de OxyContin, os médicos, o usuário final e a equipe de procuradores que lutam para levar a família criminosa ao tribunal. A história viaja no tempo habilmente para contar cada uma dessas frentes de história.
O elenco é ótimo, Michael Keaton e Kaitlyn Dever dão show de atuação e brilham nessa série tão melancólica, que ainda tem Rosario Dawson, Peters Sarsgaard, Will Poulter e Michael Stuhlbarg no elenco, todos impecáveis. Inclusive, Stuhlbarg muitas vezes parece caricato demais como o Richard Sackler, mas ao ver entrevistas do Sackler real, tá ali a caricutara mesmo.
Essa minissérie sufocante e revoltante está disponível no Star+. E, se você se interessar mais pelo assunto, existe um documentário de 4 horas, chamado “O Crime do Século”, na HBO Max sobre a crise dos opióides e os crimes cometidos pelas farmacêuticas (a Purdue é só uma delas) em busca do lucro desenfreado. É a roda do capitalismo funcionando como nunca!