Tina: Respeito
🪶 por @tally_mendonca
Todo adulto que já foi uma criança que cresceu lendo os gibis da Turma da Mônica provavelmente pirou quando o projeto Graphic MSP foi lançado. Graphic vem de graphic novels, livros de histórias em quadrinhos (ou romances em HQ), e MSP é a sigla para Mauricio de Sousa Produções. O 1º volume foi lançado em 2012 e, a partir dele, mais 29 títulos foram lançados e mais 4 já foram anunciados. Todos são histórias estreladas pelos personagens da Turma, feitas por artistas brasileiros consagrados e com um estilo que foge ao que estamos acostumados a ver nos gibis. 📚
Em 2019 foi anunciado o lançamento de “Tina: Respeito”, da quadrinista e ilustradora Fefê Torquato. E foi revelado o tema da história: assédio. Enquanto fãs da personagem comemoravam o lançamento, começaram a surgir muitos comentários nas redes sociais reclamando. A maioria de homens, claro. A reclamação deles se resumia ao clichê de “o mundo tá chato, é tudo mimimi” e acusavam as feministas de estarem destruindo a Turma da Mônica, alegando que não tinha necessidade alguma da Tina ser feminista.
Pra começar, provavelmente eles não leram as histórias da Tina. Ou não entenderam. Pois, por mais que nada fosse oficialmente declarado, a Tina sempre apresentou atitudes feministas. E tinha necessidade, sim! A Tina, desenhada e roteirizada por uma mulher, é absurdamente mais real, desde os traços até o comportamento e as falas. E a história é bem simples e, infelizmente, comum: ela começa em um emprego, ainda bem nova, e é assediada pelo chefe. Toda a trama gira em torno de como ela lida com esse assédio, mas ainda tem espaço para outras personagens femininas falarem sobre coisas que toda mulher enfrenta, como a amiga dela que diz que ser mulher é ter medo e a Pipa, que aparece rápido, só pra gente venerar as atitudes dela contra a gordofobia. “Tina: Respeito” é excelente, mas, mais do que isso, é necessário! ✊🏽