Você Não Estava Aqui

Você Não Estava Aqui

📝por @dobaspi
Ken Loach é um diretor ativista político britânico, e isso está explicito nos seus filmes, o famoso e (justamente) premiado “Eu, Daniel Blake” é o mais notável deles, expondo as falhas do sistema previdenciário inglês. 🇬🇧
“Você não estava aqui” bebe da mesma fórmula, e apesar de ter ficado de fora dos grandes holofotes em 2019, merece e deve ser revisitado pelo didatismo com que desmascara o bom mocismo de fachada do novo neoliberalismo, impulsionado pela onda de negócios digitais e escancara a precarização das relações trabalhistas nesse novo modelo de negócios. 📄
A história é centrada na família de Ricky (Kris Hitchen), um cidadão inglês de classe média-baixa que após a crise financeira, passa por vários bicos, até tomar a decisão de ser “seu próprio dono” e se torna “colaborador” em uma empresa de entregas (bem na pegada Uber). Porém, para entrar no negócio, ele investiu as mirradas economias da família na compra de uma van para fazer esses transportes. 🚐
O que era ruim toma proporções drásticas quando Ricky começa a descobrir que as maravilhas desaparecem da porta da empresa para dentro. Jornadas exaustivas, sem direito à folgas, multas e ameaças são situações cotidianas nessa dinâmica do trabalhador autônomo, sem qualquer garantia de estabilidade ou auxílio por parte da empresa. 😞
A Ilusão de ser dono do próprio negócio e do próprio tempo some rapidamente e começa a repercutir em toda a família, na relação com a esposa e com os filhos. A falta de dinheiro, tempo e saúde consomem o personagem, assim como milhões de pessoas ao redor do planeta, até por fim, o caos consumir sua dignidade e sua humanidade. 💔

 

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